No mês de maio, os brasileiros continuaram retirando recursos da poupança em volumes sem precedentes, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (06). O total sacado foi de impressionantes R$ 11,75 bilhões a mais do que o valor depositado na caderneta de poupança.
Essa retirada líquida é a maior já registrada para o mês de maio desde 1995. Esses números contrastam com o mesmo período do ano passado, quando os correntistas deixaram depositado R$ 3,51 bilhões a mais do que sacaram.
Com o desempenho do mês de maio, o saldo líquido negativo acumulado da poupança alimentar a marca de R$ 69,23 bilhões neste ano. Isso representa a maior retirada acumulada para o período desde 1995. Nos primeiros cinco meses do ano passado, os saques excederam os depósitos em R$ 46,73 bilhões.

Rendimento
Até recentemente, a poupança rendeu 70% da Taxa Selic, que são os juros básicos da economia. No entanto, desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, devido ao aumento da Selic acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano, o que fez a aplicação financeira deixar de perder para a curvatura pela primeira vez desde meados de 2020.
No período de 12 meses encerrados em maio, a poupança registou um rendimento de 8,38%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que é uma prévia da ingestão oficial, consumo 4,07%. Os dados completos do IPCA de maio serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (7).
Apesar dos ganhos relativamente melhores na poupança em comparação com a sobrevivência, os brasileiros parecem preferir retirar seus recursos dessa forma de investimento. As razões para essa tendência podem estar relacionadas a outros tipos de investimentos que oferecem retornos mais atraentes ou a uma falta de confiança na estabilidade econômica do país.